Museologia e Patrimônio, Vol. 6, No 1 (2013)

Identificação de cerâmicas em faiança portuguesa nos casarões do centro histórico da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul

Keli Cristina Scolari, Margarete Regina Gonçalves

Resumo


O presente trabalho apresenta informações sobre a história, procedência e manufatura de peças em faiança portuguesa localizadas na Praça do Centro Histórico cidade de Pelotas, RS, Brasil. A pesquisa baseou-se na identificação e análise das peças das platibandas dos Casarões Barão de Cacequi, Barão de São Luís e Barão de Butuí. Os prédios, no estilo eclético, foram construídos no final do século XI, no período do apogeu econômico da cidade e da sociedade pelotense. No Casarão do Barão de Cacequi, das oito esculturas, que representavam os continentes América, África, Ásia e Europa, as estações do ano inverno, primavera, outono e verão, somente cinco foram encontradas e os três vasos, todos foram localizados. No Casarão do Barão de São Luís, das seis esculturas, que representavam as artes, a indústria, o comércio, a agricultura e a gratidão (duas), todas foram encontradas. No Casarão do Barão de Butuí as treze esculturas e quatro vasos não foram localizados. A análise das esculturas demonstrou terem sido estas obtidas comercialmente, importadas de Portugal. A comprovação disto esta na presença de marcas em baixo relevo e inscrições da “Fábrica de Cerâmica e de Fundição das Devesas”, localizada na cidade de Vila Nova de Gaia, em Portugal, e na identificação das peças em um catálogo da fábrica, de 1910, no qual constam mais de mil peças. O catálogo era, na época, a forma utilizada pelas fábricas de cerâmica para a divulgação e comercialização de seus produtos. Para a análise do estado de conservação das esculturas foram elaboradas fichas catalográficas. No começo de 2010, no primeiro levantamento as peças estavam em péssimo estado de conservação, apresentando muitas patologias. Atualmente, as esculturas do Casarão do Barão de Cacequi estão sendo restauradas e as esculturas do Casarão do Barão de São Luís foram restauradas no final de 2010.

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