Nos últimos anos, multiplicam-se, no contexto latino-americano, várias ações que buscam recuperar as lembranças apagadas pelos anos de ditaduras das décadas de 1960,1970 e 1980. Em alguns quadros nacionais, o próprio Estado assume para si a responsabilidade em propor políticas públicas de memória, visando recuperar e dar visibilidade a essas memórias subterrâneas. Os museus que fazem parte dos chamados sítios de consciência são uma das expressões dessas ações pelas quais a memória pode ser compreendida em seu aspecto de busca pela justiça e ritualização da ausência. Tensionados entre a pedagogia do sofrimento, os limites da exposição da dor e as práticas e saberes institucionais, esses museus são constantemente abordados como portadores de deveres de justiça. Nesse texto abordaremos museus de memória no Uruguai e Brasil, numa perspectiva comparativa.