Museologia e Patrimônio, Vol. 3, No 2 (2010)

Museu na cidade: um agente de mudança social e desenvolvimento? / Museum in the city: an agent for social change and development?

Zita Rosane Possamai

Resumo


Os museus, tradicionalmente, se constituíram em instituições educativas, sem fins lucrativos, voltadas à guarda, à pesquisa e à difusão dos bens culturais da humanidade. A partir dos anos 1960, os museus passaram por um processo de questionamento do seu papel e, nos anos 1970, abriu-se, no mundo dos museus, uma perspectiva de reflexão sobre o seu lugar social, principalmente no que se refere ao desenvolvimento. As idéias trazidas pela Nova Museologia colocaram na pauta de discussão dos museus seu papel social, surgindo conceitos como ecomuseu, museu integral, museu comunitário, museu de vizinhança. Nessa nova perspectiva, o museu assume-se enquanto agente do processo de mudança social, sobretudo naquelas realidades locais com problemas culturais e sociais específicos, como as comunidades indígenas e negras, os bairros pobres nas grandes cidades. Esses novos museus são criados com um horizonte de expectativas distinto daqueles tradicionais. Contribuem para a preservação dos patrimônios ambiental e cultural local, mas propõem-se a envolver diretamente as populações locais na sua gestão. Sem a participação efetiva das comunidades, esses museus não encontram razão para sua existência. E os museus tradicionais, como se colocam nesse novo contexto? Segue seu itinerário, tentando atender suas inúmeras demandas ou procura abrir-se para as idéias que o tornem ator do desenvolvimento? Proponho, neste artigo, uma reflexão no sentido da abertura dos museus para o desafio de se colocarem como promotores da transformação social, a partir do estabelecimento de um diálogo com a sociedade, seguindo três vieses: a escuta, a participação e a co-gestão.

Palavras-chave: Ecomuseus. Museus comunitários. Participação. Desenvolvimento.

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