Museologia e Patrimônio




A Revista Museologia e Patrimônio é um periódico eletrônico semestral vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST). Dedica - se à divulgação e disseminação da produção científica com ênfase à Museologia e aos estudos do Patrimônio, em sua diversidade de abordagem e campos disciplinares.

O periódico começou a circular no ano de 2008 e desde sua criação tem se preocupado com a normalização e qualificação da produção científica publicada e manutenção da sua periodicidade.

A publicação é editada pelo Programa de Pós Graduação em Museologia e Patrimônio (UNIRIO/MAST) e aceita contribuições de artigos científicos, resenhas, relatos e revisões, além de republicar textos e documentos clássicos ou raros na área de atuação da revista.

A Revista Museologia e Patrimônio está disponível gratuitamente e utiliza o software livre SEER/OJS – Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas. Atualmente está indexada nas seguintes bases: Latindex, Incluída no Ulrich's Periodicals Directory , EBSCO Publishing Inc. e no Directory of Open Access Journals – DOAJ, assegurando sua ampla visibilidade pela comunidade acadêmica.

O código DOI (Digital Object Identifier) da CrossRef, prefixo 10.52192, no Museu de Astronomia e Ciências Afins, foi atribuído a cada artigo publicado na Revista Museologia e Patrimônio, a partir do ano de 2020.

ISSN: 1984-3917

Índice de citação de artigos: Google Acadêmico

H5 - 14 (todos)/ 11 (Desde 2017)

I10 - 17(todos)/ 12 (Desde 2017)






APRESENTAÇÃO/ Vol. 15, No 2 (2022)

O segundo número de Museologia e Patrimônio de 2022, para além de textos nas seções Artigos e Revisitando, conta com um Dossiê temático sobre os 90 Anos da Formação em Museologia no Brasil, abordando experiências e tendências que permitiram alcançar o estado atual da formação de museólogos no país, propiciando perceber a diversidade que resulta de corpos docentes interdisciplinares e da influência relacionada aos aspectos culturais e acadêmicos das regiões onde se situam. O momento de celebração se articula com a renovação das esperanças de tempos futuros mais democráticos e de fortalecimento da educação, da ciência e da tecnologia em nosso país.

Ainda continuamos em meio à pandemia, com novas variantes batendo à porta e trazendo temor de como o vírus pode se modificar, mas agora já com a certeza de que teremos vacinas e meios de combater a doença de forma mais rápida e eficiente.

o Dossiê que abre a revista foi organizado por Rose Moreira de Miranda, museóloga do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), e conta com 14 artigos de professores de cursos de graduação em Museologia no país, trazendo panorama sobre a trajetória de constituição e desenvolvimento da formação em nível superior na área.

Em seguida, a seção Artigos se inicia com texto, de autoria de Maria Karla Belo da Silva Tavares, Carla Maria Teixeira Coelho e Marcos José de Araújo Pinheiro, que propõe apresentar um estudo sobre a valoração de coleções museológicas, incluido a discussão teórica sobre a atribuição de valores, e demonstrar sua contribuição para a gestão do patrimônio cultural. Nesse contexto, apresentam aspectos da valoração da Coleção de Febre Amarela do Museu da Patologia da Fundação Oswaldo Cruz. A prática da valoração participativa pressupõe três instâncias de ação: a comunidade, os especialistas e o Estado. Segundo os autores, essa maneira de encarar os bens culturais é oriunda das diversas visões e práticas que formam a Museologia contemporânea como um processo inclusivo e participativo. O segundo artigo, de autoría de Isabela Backx, tem como objeto de estudo a exposição permanente do Ecomuseu de Itaipu, instituição que se dedica ao desenvolvimento dos projetos de preservação patrimonial, transformação social e expansão científico-cultural da Usina Hidrelétrica de Itaipu, em sua área de influência no Brasil. Trata-se de espaço expográfico que conta com seis módulos temáticos relacionados ao empeendimento. Para a autora, o conceito de museu integral foi basilar na concepção do Ecomuseu, trata-se de pensar que a interpretação e comunicação do patrimônio de um território devem ser realizadas de modo interdisciplinar, abarcando, além dos aspectos sociais, históricos, geográficos e econômicos, as dimensões sociais e afetivas dos fenômenos. E afirma que com tal visão foi possível alcançar um envolvimento profundo dos indivíduos com as questões ecológicas, já que essas se reconectam aos valores espirituais. Em seguida, Sibele Cazelli, Mônica Santos Dahmouche, Sonia Mano, Andrea Fernandes Costa, Isabel Gomes e Sergio Damico, autores do trabalho “Conhecer para contar: o público de museus de ciência do Rio de Janeiro”, no ámbito do Observatório de Museus e Centros de Ciência e Tecnologia (OMCC&T), desenvolveram estudo para analisar dados coletados em dez instituições de ciência e tecnologia da região metropolitana do Rio de Janeiro, na perspectiva da visitação a esses espaços como prática de lazer cultural. Foi criado um indicador que revela a relação de cada museu com a população de sua vizinhança. Para os autores a ida aos museus estudados, como atividade de lazer, ocorre em grupos de duas a cinco pessoas, caracterizando uma prática de alta sociabilidade. Identificou-se que os entrevistados com maior escolaridade e renda são frequentadores mais assíduos. O principal dificultador da visita é a falta de divulgação. Essa foi a quarta rodada da pesquisa Perfil-Opinião, realizada pelo OMCC&T, que reforça a importância dos estudos de público como instrumento norteador para subsidiar políticas públicas e institucionais. Trata-se de um tipo de investigação que auxilia museus e espaços culturais a interagir com a sociedade. O texto seguinte, de autoría de Jenerton Schütz, ressalta a importância da gestão e de diretrizes na preservação do patrimônio arquitetônico. Num primeiro momento, apresenta-se a definição de patrimônio, em seguida, aborda-se a concepção de preservação do patrimônio, à luz das reflexões de Ruskin, e, por fim, apresenta-se contribuições para pensar a relação entre a gestão e suas diretrizes e a conservação/preservação do patrimônio arquitetônico. O último texto, de autoría de Leandro Eustáquio Gomes, reflete sobre a ideia de construção e constituição de espaços museológicos, abordando alguns caminhos da musealização. O artigo está dividido em cinco partes: A Construção da Cultura e Patrimônio, com questões conceituais e reflexivas; O Rótulo e o Conteúdo, com questões sobre os aparatos administrativos e legais; O Processado, trata da escolha dos elementos musealizados; A Lata, o sentido físico do edifício e o discurso edificado das instituições; Disfunções Culturais, sobre os aspectos nocivos de representações, incomuns analogias e metáforas, ou mesmo relações inomináveis, mas que apresentam aplicabilidades alusivas pertinentes ao tema abordado. O autor apresenta um conjunto de analogias e metáforas para provocar o(a) leitor(a) a refletir sobre questões de origem e originalidade dos acervos e instituições museológicas, dos temas e representações, dos processos de produção ao consumo.

A seção Relatos de Experiência apresenta dois textos. O primeiro, de autoria de Christiane Sofhia Godinho Santos, Bianca Cristina Ribeiro Vicente e João Vitor Correa Diniz, discute os espaços das reservas técnicas, a partir do viés da memória e de seu propósito de salvaguarda, evidenciando a necessidade de efetivação da relação entre sociedade e patrimônio, pautados na experiência dos autores na área da Museologia e da conservação de acervos. Como referência, utiliza-se o Museu Paraense Emílio Goeldi, pelo pioneirismo na construção de um espaço de salvaguarda aberto à visitação e pelas ações de diálogo entre público e acervo. O segundo, de autoría de Marcelo Calderari Miguel, Luiz Carlos da Silva e Taiguara Villela Aldabalde, aborda o Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha-IHGVV, que vem buscando consolidar-se como agente de mediação cultural, em resgate à sua dimensão sócio-histórica. Nessa perspectiva, o objetivo geral foi apresentar a importância da difusão informacional que viabilizasse a história e a cultura da Instituição, além de apontar a importância da inserção de materiais e serviços que retratem a cultura e história nacional.

Desejamos que os tempos futuros se concretizem em melhores condições de vida para nós brasileiros, com redução significativa da imensa população em estado de pobreza, além de investimentos em educação que possam permitir a ampliação do número de profissionais produtivos e com disponibilidade de emprego. Finalmente, que tenham leitura prazerosa e academicamente proveitosa do conteúdo de mais este número de M&P.

Marcus Granato e Diana Farjalla Correia Lima
Editores científicos

FOREWORD/ Vol. 15, No1 (2022)

The second issue of Museologia e Patrimônio in 2022, contains regular contributions to the Articles and Revisiting sections as well as a thematic dossier to mark the 90th anniversary since the creation of the first degree course in museology in Brazil. The dossier covers the experiences and trends that were instrumental in bringing the offer of higher education in museology to its present level, shining a light on the diversity brought by the interdisciplinary nature of the faculties and the cultural and academic realities of the regions hosting the different courses. This commemoration comes at a time of rekindled hopes for a more democratic future for Brazil in which education, science and technology gain a new impetus. Although the pandemic is not over, with new variants still knocking on the door, sparking fears about potential modifications to the virus, these are now tempered by the assurance that we have vaccines and other means to fight the disease more rapidly and efficiently.

The Dossier that opens this issue was edited by Rose Moreira de Miranda, a museologist from Instituto Brasileiro de Museus [the Brazilian Institute of Museums]. It contains 14 articles by lecturers working on museology courses in the country which together retrace the trajectory of the constitution and development of undergraduate education in the area.

The second section, Articles , begins with a contribution by Maria Karla Belo da Silva Tavares, Carla Maria Teixeira Coelho and Marcos José de Araújo Pinheiro on the valuing of museological collections, including a theoretical discussion of the attribution of values, and how it contributes to the management of cultural heritage. They present some aspects of the valuing of the Yellow Fever collection at the Museu da Patologia [Museum of Pathology] of Fundação Oswaldo Cruz. Participative valuing is a method that involves three actors: the community, specialists and the state. According to the authors, this approach to cultural assets has its roots in the multiplicity of perspectives and practices that have made contemporary museology an inclusive, participative process. In the second article, Isabela Backx presents a study of the permanent exhibition at the Itaipu Ecomuseum, devoted to the development of projects for the preservation of heritage, social transformation and the scientific and cultural expansion of the Itaipu Hydroelectric Power Plant across its area of influence in Brazil. The exhibition space contains six modules covering topics related to the power plant. For Backx, the Itaipu Ecomuseum was conceived as an integral museum. Essentially, this means taking an interdisciplinary approach to interpretating and communicating a territory’s heritage, taking in social, historical, geographical and economic factors, as well as the social and affective dimensions of the phenomena addressed. Indeed, the author argues that this vision was instrumental in getting individuals more deeply involved with ecological issues, since they are also connected to spiritual values. The third article, by Sibele Cazelli, Mônica Santos Dahmouche, Sonia Mano, Andrea Fernandes Costa, Isabel Gomes and Sergio Damico, is “Conhecer para contar: o público de museus de ciência do Rio de Janeiro” [“Find out to tell: visitors to science museums in Rio de Janeiro”]. The study, conducted in the ambit of the Observatório de Museus e Centros de Ciência e Tecnologia [Observatory of Science and Technology Centres and Museums], investigates visiting science museums as a cultural leisure activity and analyses data from visitors to ten science and technology institutions in Greater Rio de Janeiro. An indicator was developed to reveal how close each museum was to its local population. The authors found that people who visited the museums as a leisure activity tended to do so in groups of two to five, making it a highly sociable activity. The visitors with more years of education and a higher income were ones who were the most assiduous visitors. The biggest obstacle to visiting the museums was found to be poor publicity. The article reports on the fourth round of the Profile-Opinion study conducted by the Observatory, confirming the importance of conducting studies with the visiting public to provide inputs for public and institutional policymaking. It is the kind of research that helps museums and other cultural venues improve their interaction with society at large. The next article, by Jenerton Schütz, stresses the importance of the management of architectural heritage and guidelines for its preservation. It begins with a definition of heritage then continues by addressing the concept of heritage preservation in the light of the ideas of Ruskin. The conclusion offers some considerations about the relationship between the management of and guidelines for architectural heritage and its conservation/preservation. The final article, by Leandro Eustáquio Gomes, reflets on the construction and constitution of museums and museum spaces, highlighting some of the routes of musealization. The article is divided into five parts: the construction of culture and heritage, in which the concepts involved are presented and discussed; labelling and content, covering administrative and legal frameworks; processed heritage, involving decisions about what is to be musealised; the can, looking at the physical meaning of buildings and the built discourse of institutions; and cultural dysfunctions, on the deleterious aspects of representations, some unusual analogies and metaphors, or even unnamable relationships, which nonetheless have some allusive applicability of relevance to the topic at hand. Gomes presents a set of analogies and metaphors to prompt readers to reflect on questions of origin and originality in museums and their collections and the themes and representations they offer, from their production to their consumption.

The following section, Experience Reports , contains two texts. The first, by Christiane Sofhia Godinho Santos, Bianca Cristina Ribeiro Vicente and João Vitor Correa Diniz, discusses storage facilities through the lens of memory and their function of safeguarding heritage, revealing the need to cement the relationship between society and heritage. The text reports on the authors’ experience in museology and the conservation of collections and focuses specifically on Museu Paraense Emílio Goeldi [Pará Museum Emílio Goeldi], a pioneer in opening its storage facility to visitors and actively fostering dialogue with the public. The second text, by Marcelo Calderari Miguel, Luiz Carlos da Silva and Taiguara Villela Aldabalde, focuses on Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha [the Vila Velha Institute of History and Geography], which is endeavouring to consolidate its role as a cultural mediator and revive its social and historical functions. The text highlights the importance of communicating the information that underpinned the institution’s history and culture, as well as including materials and services that portray the country’s history and culture.

We close with the wish that the living conditions of the Brazilian population may soon improve and that the huge contingent living in poverty may diminish significantly in size, along with new investments in education capable of expanding the skilled workforce and employment opportunities. Finally, we wish you a pleasant and academically rewarding read of this issue of M&P.

Marcus Granato e Diana Farjalla Correia Lima
Editores científicos

PRESENTACIÓN/ Vol. 15, No 1 (2022)

El segundo número de Museologia e Patrimônio de 2022, además de los textos de las secciones Artículos y Revisitando, cuenta con un Dossier temático sobre los 90 Años de la Formación en Museología en Brasil, que aborda las experiencias y tendencias que han permitido llegar al estado actual de la formación de los museólogos en el país, aportando una visión de la diversidad que resulta de la interdisciplinariedad de los cuerpos docentes y de la influencia relacionada con los aspectos culturales y académicos de las regiones donde se ubican. El momento de celebración se articula con la renovación de las esperanzas en tiempos futuros más democráticos y en el fortalecimiento de la educación, la ciencia y la tecnología en nuestro país.

Seguimos en medio de la pandemia, con nuevas variantes llegando y trayendo el temor de cómo el virus puede modificarse a sí mismo, pero ahora con la seguridad de que tendremos vacunas y medios para combatir la enfermedad de manera más rápida y eficaz.

El Dossier que abre la revista fue organizado por Rose Moreira de Miranda, museóloga del Instituto Brasileño de Museos (IBRAM) y cuenta con 14 artículos de profesores de cursos de pregrado en Museología en el país, aportando un panorama sobre la trayectoria de la constitución y desarrollo de la enseñanza superior en el área.

A continuación, la sección de Artículos se inicia con un texto, escrito por Maria Karla Belo da Silva Tavares, Carla Maria Teixeira Coelho y Marcos José de Araújo Pinheiro, que propone presentar un estudio sobre la valoración de las colecciones de los museos, incluyendo la discusión teórica sobre la atribución de valores, y demostrar su contribución a la gestión del patrimonio cultural. En este contexto, presenta aspectos de la valoración de la Colección Fiebre Amarilla del Museo de Patología de la Fundación Oswaldo Cruz. La práctica de la valoración participativa presupone tres instancias de actuación: la comunidad, los expertos y el Estado. Según los autores, esta forma de ver los bienes culturales proviene de las diversas visiones y prácticas que conforman la museología contemporánea como un proceso inclusivo y participativo. El segundo artículo, escrito por Isabela Backx, se centra en la exposición permanente del Ecomuseo de Itaipú, una institución dedicada al desarrollo de proyectos de preservación del patrimonio, transformación social y expansión científica y cultural de la Central Hidroeléctrica de Itaipú en su área de influencia en Brasil. Es un espacio de exposición con seis módulos temáticos relacionados con el proyecto. Para la autora, el concepto de museo integral fue fundamental en la concepción del Ecomuseo, se trata de pensar que la interpretación y comunicación del patrimonio de un territorio debe realizarse de forma interdisciplinaria, abarcando, además de los aspectos sociales, históricos, geográficos y económicos, las dimensiones sociales y afectivas de los fenómenos. Y afirma que con esa visión fue posible lograr una profunda implicación de los individuos con las cuestiones ecológicas, ya que estas vuelven a conectarse con los valores espirituales. A continuación, Sibele Cazelli, Mônica Santos Dahmouche, Sonia Mano, Andrea Fernandes Costa, Isabel Gomes y Sergio Damico, autores del trabajo “Conocer para contar: o público de museus de ciência do Rio de Janeiro” (Saber para contar: el público de los museos de ciencia en Río de Janeiro) en el ámbito del Observatorio de Museos y Centros de Ciencia y Tecnología (OMCC&T), desarrollaron un estudio para analizar los datos recopilados en diez instituciones de ciencia y tecnología de la región metropolitana de Río de Janeiro, con la perspectiva de visita a estos espacios como práctica de ocio cultural. Se creó un indicador que revela la relación de cada museo con la población de su entorno. Para los autores, la asistencia a los museos estudiados, como actividad de ocio, se produce en grupos de dos a cinco personas, lo que caracteriza una práctica de alta sociabilidad. Se identificó que los entrevistados con mayor nivel de educación e ingresos son frecuentadores más asiduos. El principal obstáculo para la visita es la falta de publicidad. Esta fue la cuarta ronda de la encuesta de perfil de opinión realizada por la OMCC&T que refuerza la importancia de los estudios públicos como instrumento de orientación para subvencionar las políticas públicas e institucionales. Se trata de un tipo de investigación que ayuda a los museos y espacios culturales a interactuar con la sociedad. El siguiente texto, escrito por Jenerton Schütz, subraya la importancia de la gestión y las directrices en la conservación del patrimonio arquitectónico. En un primer momento, se presenta la definición de patrimonio, luego se aborda la concepción de la preservación del patrimonio, a la luz de las reflexiones de Ruskin, y, finalmente, se presentan aportes para pensar en la relación entre la gestión y sus directrices y la conservación/preservación del patrimonio arquitectónico. El último texto, escrito por Leandro Eustáquio Gomes, reflexiona sobre la idea de construir y constituir espacios museológicos, abordando algunas vías de la musealización. El artículo se divide en cinco partes: La Construcción de la Cultura y el Patrimonio, con cuestiones conceptuales y reflexivas; El Rótulo y el Contenido, con cuestiones sobre el aparato administrativo y legal; Lo Procesado, trata de la elección de los elementos a musealizar; La Lata, el sentido físico del edificio y el discurso construido de las instituciones; Disfunciones Culturales, sobre los aspectos nocivos de las representaciones, analogías y metáforas insólitas, o incluso relaciones innombrables, pero que presentan una aplicabilidad alusiva pertinente al tema tratado. El autor presenta un conjunto de analogías y metáforas para provocar la reflexión del lector o lectora sobre cuestiones de origen y originalidad de las colecciones e instituciones museológicas, de los temas y representaciones, de los procesos de producción y consumo.

La sección Relatos de Experiencia ,presenta dos textos. El primero, de Christiane Sofhia Godinho Santos, Bianca Cristina Ribeiro Vicente y João Vitor Correa Diniz, discute los espacios de las reservas técnicas, desde la perspectiva de la memoria y su finalidad de salvaguarda, destacando la necesidad de una relación efectiva entre la sociedad y el patrimonio, a partir de la experiencia de los autores en el campo de la Museología y la conservación de colecciones. El Museo Paraense Emílio Goeldi se utiliza como referencia, debido a su rol pionero en la construcción de un espacio de salvaguarda abierto a los visitantes y al diálogo entre el público y la colección. El segundo, de Marcelo Calderari Miguel, Luiz Carlos da Silva y Taiguara Villela Aldabalde, aborda el Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha-IHGVV, que viene intentando consolidarse como agente de mediación cultural, en rescate de su dimensión sociohistórica. Desde esta perspectiva, el objetivo general fue presentar la importancia de la difusión de información que permita conocer la historia y la cultura de la institución, así como señalar la importancia de insertar materiales y servicios que retraten la cultura y la historia nacionales.

Esperamos que los tiempos futuros traigan mejores condiciones de vida para nosotros los brasileños, con una reducción significativa de la enorme población que vive en la pobreza, así como inversiones en educación que puedan permitir la ampliación del número de profesionales productivos con disponibilidad de empleo. Por último, que tengan una lectura placentera y académicamente provechosa del contenido de este número de M&P.

Marcus Granato e Diana Farjalla Correia Lima
Editores científicos

Notícias

 
Nenhuma notícia publicada.
 
 
Mais Notícias...